Diversidade precisa fazer parte de uma cultura inclusiva para avançar nas empresas

Cartilha sobre gestão de diversidade e inclusão nas organizações aborda estratégias para tratar o tema de forma efetiva

Notícia 25 de setembro de 2024

Empresas que pretendem construir equipes plurais precisam traçar uma jornada de desenvolvimento que acompanhe a trajetória de colaboradores de grupos minorizados. Para aprender sobre o tema, preparamos a cartilha “Gestão de diversidade e inclusão nas organizações”, exclusiva para integrantes da Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão. 

O documento e o vídeo do workshop que abordou o assunto estão na área logada do site, nos menus “Conteúdo para aprender” e “Play no conteúdo, respectivamente. Confira os materiais e aprofunde-se nessa pauta. 

Entenda o tema 

As empresas têm buscado ampliar a representatividade nos seus times com a contratação de pessoas diversas, mas muitas ainda focam no fortalecimento de suas marcas no mercado, acreditando que contratar é o suficiente para isso. A realidade tem mostrado que apenas recrutar e selecionar não resolve o problema e, ao contrário, fragilizam os resultados. 

Empresas que desejam, de fato, promover a diversidade e a inclusão em suas equipes precisam ter claro até que ponto a pauta faz parte da estratégia de negócio. Para isso, é essencial realizar um diagnóstico que retrate o cenário corporativo antes de desenhar as ações. Isto porque uma cultura inclusiva pressupõe ir além da diversidade e garantir a pluralidade de perfis nas diferentes áreas e nos diversos cargos.  

Mais do que contratar pessoas com os marcadores identitários, as organizações têm de se preocupar em mantê-las e apoiá-las no seu desenvolvimento profissional para que cheguem aos postos de liderança.  

“A cultura inclusiva olha para a equidade, respeitando e valorizando as diferenças. Tudo começa na mudança de mentalidade e na clareza sobre em que ponto a empresa está para definir iniciativas que trabalhem essa agenda de forma intencional. Por exemplo, se existem poucas mulheres ou pessoas negras nos cargos de liderança, na primeira oportunidade para essa posição, deve-se selecionar uma mulher ou pessoa negra para preenchê-la”, explicou Margareth Goldenberg, consultora da Goldenberg Diversidade, Equidade, Inclusão e Responsabilidade Social. 

Cultura inclusiva: um desafio de médio e longo prazo 

Quando a empresa contrata talentos plurais, mas não investe no desenvolvimento profissional, é sinal de que diversidade e inclusão não estão integradas ao core do negócio. Nesses casos, é comum que as pessoas de grupos minorizados permanecem em cargos de entrada ou de pouca projeção e acabem desestimuladas, pedindo demissão. A representatividade pretendida não avança, porque a cultura inclusiva não foi desenhada para todo o ciclo de vida dos profissionais na empresa. 

“A mudança de cultura é um processo lento, que exige persistência, consciência, escuta, dedicação e a formulação de ações intencionais. Precisa de investimento e do apoio incondicional das lideranças para estruturar um trabalho cotidiano que mude, de fato, mentes e comportamentos. Vivemos em uma sociedade racista, homofóbica, machista, transfóbica e, mesmo não querendo, acabamos por carregar essa herança”, ressaltou Margareth. 

Segundo ela, antes de desenhar ações intencionais e reparadoras é importante entender que a diversidade é constituída por três dimensões básicas, incluindo todos os marcadores sociais e identitários. A dimensão primária traz as características inerentes ao nascimento, a secundária tem relação com as vivências experimentadas durante a vida e as organizacionais dizem respeito aos estudos e à carreira profissional. 

Segundo a consultora, quando se pensa na implementação de uma cultura inclusiva, é preciso considerar esses aspectos e se pautar em quatro direcionadores:  

  • trabalhar iniciativas de transformação cultural, conectadas com a estratégia do negócio e com as lideranças;   
  • mudar o pensamento dos times, ajudando-os a entender as barreiras enfrentadas pelos grupos minorizados;  
  • pensar em um plano que envolva e mobilize toda a corporação, tendo os líderes na ponta, para gerar um alinhamento sistêmico e a reformulação de políticas institucionais;  
  • e elaborar práticas intencionais que promovam a equidade em todo o ciclo de vida na empresa, da atração, seleção e retenção ao desenvolvimento dos colaboradores.  

Como participar da Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão 

Para participar da plataforma, ter acesso às discussões e à área exclusiva do site, basta se cadastrar neste formulário. O foco das atividades são profissionais que atuam em instituições financeiras nas áreas de gestão de pessoas, sustentabilidade, diversidade e inclusão ou que tenham poder gestor para promover a transformação dentro das casas.