MKBR22: Diversidade e inclusão podem ser grandes aliadas nos modelos de negócio, dizem executivos

Diversidade e inclusão são temas que finalmente recebem a atenção necessária na sociedade atual para reduzir desigualdades e estimular o progresso. Mas até que ponto o Brasil avançou nessa frente?

Diversidade e inclusão são temas que finalmente recebem a atenção necessária na sociedade atual para reduzir desigualdades e estimular o progresso. Mas até que ponto o Brasil avançou nessa frente?

Empresas brasileiras têm feito um esforço legítimo para ampliar a diversidade e inclusão em seus quadros, como destaca Ana Buchaim, diretora executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social da B3, que participou do painel “Impulsionando a diversidade e a inclusão” no MKBR22.

Por outro lado, ela lembra que quando uma empresa se posiciona sobre o assunto, sempre se escuta a frase: “Quem lacra, não lucra”. Ana levanta a questão sobre as razões pelas quais ainda predomina a percepção entre algumas pessoas de que a diversidade não tem impacto no negócio.

Para Gilberto Costa, responsável pela área de operações do Private Bank do Banco JPMorgan para América Latina, “é preciso olhar o filme, e não só a foto”. Há 30 anos no mercado financeiro, Costa diz que o tema da diversidade e inclusão vem evoluindo e tem ganhado muita força na indústria financeira, como a introdução de políticas de ações afirmativas.

“O que o mercado está fazendo agora é dar um salto em que diversidade e inclusão fazem parte do negócio”, explica Costa, que também é coordenador do Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão da ANBIMA e diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial. Costa avalia que a incorporação de métricas é importante para a equidade.

Privilégios

Recentemente, a B3 colocou em audiência pública algumas regras para aumentar a diversidade nos conselhos de administração e nas diretorias das empresas listadas, lembra Ana.

Reinaldo Bulgarelli, secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, diz que esse tipo de iniciativa “é meio, não é fim”, isto é, são estratégias para atingir os objetivos. “O ideal é que as empresas tivessem a convicção de que, para operar os negócios em um país, você precisa conhecer as pessoas, a pluralidade, não só de características, mas de ideias, perspectivas”, diz.

Sob a perspectiva de métricas e supostos privilégios de certos grupos, Marcus Kerekes, diretor e cofundador da Diversitera, startup de tecnologia e consultoria para Diversidade e Inclusão, acredita que é importante o conceito de equidade, considerando pontos de partida diferentes, barreiras que foram sendo colocadas, como no seu caso, como pessoa cadeirante.
“Houve um caso em minha primeira entrevista de emprego, em uma situação em que eu queria trabalhar muito em uma empresa, mas não consegui porque o escritório ficava no segundo andar e não tinha acessibilidade”, lembra.

Os resultados das políticas de inclusão e diversidade são companhias que trabalham para todos e que sejam de todos, na opinião dos participantes. “O caminho é longo, ele passa por meta, passa por métrica e por transparência”, concluiu Ana, da B3.