Young Women Summit: ser autêntica e fiel a você mesma é essencial para carreira de sucesso

Último evento da nossa programação especial de equidade de gênero do mês de março reuniu mais de 150 mulheres na Arena B3

Quais são as habilidades e os comportamentos ideais para mulheres que querem construir uma carreira de destaque desde o início? A resposta mais simples é que não existe uma única fórmula, mas há um denominador comum: ser autêntica e fiel a você mesma. O tema norteou um dos painéis do Young Women Summit, evento organizado em parceria com a Fin4She, plataforma de conexão de mulheres no universo financeiro, e que encerrou a programação especial sobre equidade de gênero no mês da mulher. Ele integra a agenda de sustentabilidade do ANBIMA em Ação — conjunto de iniciativas que elegemos como prioritárias para o biênio 2023/2024.

Cada vez menos, as companhias estão olhando para faculdades de primeira linha e colocando mais valor nas características pessoais, apontou Juliana Nascimento, diretora de desenvolvimento da Cia de Talentos. Por isso, é fundamental se mostrar como realmente é em uma entrevista de emprego. “Sejam vocês mesmas, não deixem ninguém ditar o que vocês devem ser. Parece fácil, mas não é, porque a gente vem de um mundo de padrões. E o sucesso vem para quem sabe usar o melhor de si mesmo”, reforçou o coro e salientou Lívia Sant’ana (foto), diretora de Talentos, Marca e ESG do Banco ABC Brasil.

Além disso, a executiva orientou às participantes a explorarem o que o “ser mulher” tem de diferencial e vantagem, como a capacidade para fazer conexões, a proatividade e o repertório da feminilidade, de, por exemplo, ler o subliminar e fazer análises. Contudo, alertou para a necessidade de se reforçar as capacidades de pragmatismo e objetividade. “Usem tudo que temos no feminimo, mas reforcem a objetividade. E lembrem-se de que o futuro tem base tecnológica, base pragmática”, enfatizou Sant’ana.

Dentro disso, Juliana aconselhou a aprender a fazer leitura de cenário. “Quando a gente está em uma organização, nem sempre sabemos o que fazer, mas, quando precisamos entender como cultura e como o ambiente funcionam. Façam boas leituras de cenário, porque isso sempre ajuda bastante”, disse.

A analista de vendas do JP Morgan Giovana Alves disse não se intimidar a fazer perguntas e bater à porta. “Peguem leve com vocês também, estamos cheias de informação. Saibam as coisas que vocês não querem, não toleram e que não estão dispostas. Tenham paciência com a trajetória e façam boas conexões com todo mundo”, orientou a criadora do Café das Sócias.

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Já para Raquel Azevedo, sócia da Falconi, é a persistência que leva adiante e ela está relacionada ao propósito que se tem de vida. “Temos de seguir nos nossos passos com atitudes pequenas e ter persistência com o que queremos”, disse a executiva que, quando começou a jornada, não existiam eventos para mulheres e se deparou com um público predominantemente masculino e branco. “Era natural que fosse assim, era esperado que fossem homens héteros. Quando virei sócia, minha ficha caiu: opa cadê minhas colegas sócias? Comecei a ter incômodo com isso, que passou a ser mais real, porque, antes, ele existia, mas não explicitamente. Iniciamos jornada interna para mudar a realidade. Sou orgulhosa da minha trajetória, mas acho que as meninas que estão chegando não precisam passar por isso”, ponderou Raquel.

Da esq. para dir.: Giovana Alves (JP Morgan e Café das Sócias), Lívia Santana (Banco ABC Brasil), Juliana Nascimento (Cia de Talentos) e Raquel Azevedo (Falconi) durante debate no Young Women Summit

Futuro do trabalho

A conexão entre humano, máquina e algoritmo vai ditar os próximos anos, destacou Lívia, do Banco ABC Brasil. Para lidar com as futuras exigências, a executiva levantou dois tipos de características que julga essenciais: as socioemocionais e as competências tecnológicas e digitais. “Nós humanos seremos de alto valor agregado nas atividades de alta complexidade, porque as outras serão feitas por algoritmos. Então, precisamos desenvolver a nossa capacidade emocional, de empreendedorismo e o valor que nós traremos. Nisso, o valor feminino é altíssimo, porque nós sabemos fazer conexão. Do outro lado, estão as competências tecnológicas e digitais do ambiente que vamos operar. Mineração, gerenciamento de dados, cibersegurança e tudo que envolve o mundo de tecnologias é algo que terá muito valor”, explicou.

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Para se manter atualizado, Juliana, da Cia de Talentos, falou de reskilling e upskilling. “Temos de ter a consciência do que precisamos aprender a desaprender e a buscar novos conhecimentos constantemente. Todas as habilidades, todos os skills que tínhamos até ontem não vão mais servir amanhã”, apontou. Para ela, é preciso ter clareza do mundo que vem e aprender a resolver problemas complexos.

Do ponto de vista da diversidade e inclusão, Lívia foi cirúrgica ao ressaltar que, para o setor financeiro, as causas são metricamente medidas. “Por que o setor financeiro assume diversidade e inclusão? Porque é rentável, porque eles precisam lidar com a pluralidade do sistema que estão inseridos. É uma senhora oportunidade e, a despeito do para que serve, é oportunidade de inserção”, enfatizou.

Propósito é um dos aliados do sucesso

A trajetória das mulheres que desbravaram o mercado financeiro tem pontos em comum. O principal deles é que elas estavam na vanguarda e abriram caminhos para as novas gerações. Isso ficou evidente durante a abertura do evento, realizado na Arena B3. “É uma luta constante e, a cada ano que passa, vemos esta iniciativa cada vez maior. A plateia está cheia de meninas que compartilham o objetivo de ter carreira no mercado financeiro, uma carreira que é desafiadora e que vai exigir muito de vocês”, ressaltou Tatiana Itikawa (foto), nossa superintendente de Representação de Mercados.

Depois de trabalhar por 15 anos no mercado financeiro, Carolina Cavenaghi mudou o rumo de sua vida profissional. “A Fin4She nasce do incômodo que eu tinha dificuldade em me conectar com outras pessoas. Ela começou como movimento, se tornou empresa por meio de eventos, banco de currículos e vagas e, hoje, estamos caminhando para modelo de plataforma para transformar a forma que o mercado se conecta com a diversidade”, disse a cofundadora e CEO da Fin4She.

Tenha coragem

Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social da B3, começou no mercado financeiro em 2001. Ao se dirigir às convidadas, reforçou a necessidade de se promover a equidade de gênero e a interseccionalidade ética, racial e de gênero. Falando sobre as dificuldades que enfrentou nos seus 25 anos de carreira, lembrou que a maternidade foi uma questão delicada, mas disse que outras mulheres a ajudaram a ficar no mercado financeiro depois de ter filho. “Não desistam antes de tentar; fiquem e acreditem, porque dá certo. Tenham coragem de desafiar estereótipos”, aconselhou.

Buchaim também enfatizou que a independência financeira foi o principal marco para que as mulheres fossem vistas como tendo igual valor. “A educação financeira é um dos meios mais potentes para se promover a emancipação; é preciso ter informação de qualidade para usar o dinheiro a seu favor para tomar as decisões”, apontou.

Mais de 150 mulheres participaram do Young Women Summit no dia 27 de março

Segundo Ana, as mulheres ainda demoram mais para entrar na bolsa, mas, quando ingressam nesse mercado, têm tíquete maior e conseguem lidar melhor com a volatilidade. “Quando as mulheres entram, elas entram mais bem-informadas. A educação financeira muda o jogo de forma forte”, ressaltou. Para a B3, a diversidade significa estratégia e caminho para promover inovação e crescer no longo prazo.

Conheça o ANBIMA em Ação

ANBIMA em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, instituições parceiras, reguladores e lideranças da ANBIMA e resultou em três grandes agendas de trabalho: Agenda de Desenvolvimento de Mercado, Agenda de Serviços e Agenda Estruturante. Confira cada uma aqui.